sexta-feira, 11 de julho de 2014

CONFISSÕES DOUTRINÁRIAS DE UM PASTOR BATISTA

CONFISSÕES DOUTRINÁRIAS DE UM PASTOR BATISTA
Chamam-me de Calvinista, por ter algumas crenças comuns a Calvino, como as “Doutrinas da Graça”, assim como poderia ser chamado de Reformado, por crer nos cinco pilares da Reforma (Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Sollus Crhistus, Soli Deo Glória), mas não faço nenhuma questão de ser chamado de “Calvinista” ou “Reformado”, mas também, não tenho nenhuma dificuldade em ser identificado com um ou com o outro ou mesmo com os dois, por termos algumas crenças em comum. Mas, sou Batista, e sempre me considerei um herdeiro da Reforma. No entanto, conforme fui aprofundando o conhecimento histórico da nossa denominação, percebi que outras pessoas e movimentos contribuíram de forma importante para chegarmos onde chegamos. Falo dos puritanos separatistas, diretamente, e dos anabatistas, indiretamente (uma questão controversa...). Não tenho dúvida que a nossa teologia é reformada (basta comparar com a católica romana ou ortodoxa). Mas não é reformada por causa de Lutero ou Calvino, é reformada por causa da Bíblia. Por exemplo, creio na predestinação, mas isso não me leva a assinar por baixo o batismo infantil ou o conceito de sacramento de Calvino. Ou seja, aplico I Tessalonicenses 5.21 “mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom” (NVI) Da mesma forma posso aproveitar algumas coisas de Agostinho sem cair no erro católico romano. Creio que os “Batistas”, não têm nenhuma pretensão de achar que são os únicos certos, ou únicos detentores da verdade, penso que talvez sejam estes, alguns dos erros cometidos por Calvino, por seus seguidores, pelos radicais “hipercalvinistas” e seja o risco que Calvinistas atuais correm, a ponto de se tornarem intolerantes com os que pensam e creem diferente. Homens de Deus na história da igreja como na modernidade defenderam os princípios da Reforma veemente como John Gill, John Bunyan (peregrino), Charles Spurgeon (que diga-se de passagem foi um grande defensor da fé reformada, é só ler "O Spurgeon que foi esquecido" de Iain Murray, Pr. assistente de Martin-Lloyd-Jones na capela de Westminster, John Dagg, John Piper, Paul Washer, Wayne Grudem, Albert Mohler, Tom Ascol, Mark Dever, Errol Hulse e tantos outros americanos e britânicos, bem como aqui no Brasil, homens como Russell Shedd, Alan Myatt, Andrew King, Gilson Santos, Franklin Ferreira, Luiz Sayão, Silas Campos, como tantos outros tem militado por uma fé bíblica entendendo os postulados da Reforma como tal e buscando aplica-los em nosso contexto brasileiro, sem contudo, perderem a essência e os princípios distintivos batistas. Contudo, a fé não é dos batistas, dos presbiterianos, dos assembleianos ou de um grupo denominacional em particular somente, mas de todos os santos e devemos defendê-la. “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3).

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