O
IDEAL DA REFORMA PROTESTANTE: RETORNO ÀS ESCRITURAS

A conhecida Reforma Protestante
do século dezesseis (31 de Outubro de 1517), que teve como seu maior expoente, o
monge agostiniano, Martinho Lutero, quando o mesmo, fixou nas portas da igreja
de Wittenberg, na Alemanha, as noventa e cinco teses contra as indulgências e
os desmandos do papado, na verdade, respondia a anseios anteriores, quando
desvios doutrinários já se percebia e influenciava a igreja já nos Séculos II e
III e que ficaram mais evidentes após essa primeira tentativa de Oficialização
da Igreja pelo Estado, com o Imperador Constantino e o Bispo de Roma, Silvestre
(Concílio de Nicéia, 325 d.C.). O Concílio de Nicéia trouxe grandes
contribuições teológico-doutrinárias, mas infelizmente, deixou o terrível
legado da Oficialização da Igreja pelo Estado, que ao longo dos anos, fez com
que a Igreja fosse se deteriorando, afastando das Escrituras Sagradas,
defendidas no próprio Concílio de Nicéia, e abandonando a verdadeira Doutrina
dos Apóstolos (Atos 2. 42; I Co. 3. 11; Ef. 2. 20-22) até que se culminasse na
Reforma em 1517. Portanto, a Reforma não
foi uma inovação na igreja, mas uma volta à doutrina dos apóstolos. Não foi um acidente
ou desvio de rota, mas um retorno às Sagradas Escrituras. A Reforma tinha por
ideal colocar a igreja de volta no caminho
da verdade. Pensando nas grandes ênfases da Reforma, será que a Igreja que se
diz Protestante hoje, ou Evangélica, não estaria precisamos retornar aos
pressupostos da Reforma? Vejamos os principais:
1) Sola
Scriptura (Somente as Escrituras Sagradas) – Esse princípio fala da
singularidade das Escrituras Sagradas (ou seja a Bíblia Sagrada é única) e
acentua que ela é a nossa única regra de fé e prática e que devemos rejeitar,
categoricamente, qualquer doutrina que não esteja fundamentada na Palavra de
Deus. Lutero reafirmou o que a própria Escritura diz dela mesma: “Inspirada” (II
Tm. 3. 16, 17; II Pd. 1. 20, 21); “Inerrante” (Sl.19.7; 119. 140; Mt. 5. 17-20;
Jo. 10. 35; 17.17); “Infalível” (Dt 18.22; Dn 9.2; Mt 1.22; Mc 13.31; Jo.35; At 1.3).
“Suficiente” (Mt. 22.29; Jo. 5.39, Jo. 20. 30, 31; II Tm. 3.16). Nada podemos acrescentar às
Escrituras nem retirar delas qualquer de seus ensinamentos (Ap. 22. 18-20). A
Palavra de Deus é, portanto, inspirada, inerrante, infalível e suficiente
porque sua origem não é humana, mas divina. É inerrante, porque não há erros seu
conteúdo, infalível porque tudo quanto ela diz se cumpre, Palavras e profecias
e suficiente, porque tudo quanto ela diz é o bastante para se cumprir o seu
propósito: Revelar a Glória de Deus na salvação dos eleitos e no juízo sobre os
ímpios. Não podemos acrescentar nossas experiências, nem as tradições da igreja
à Palavra de Deus. Pelo contrário, as Escrituras Sagradas é que julgam as
nossas experiências e tradições. Temos vivido dias, infelizmente, em que as
experiências e as tradições têm falado mais que as Escrituras.
4)
Solus Christus – (Somente Cristo) - Esse pressuposto
levantado por Lutero, na Reforma, traz a evidência de que Jesus Cristo, o Filho
de Deus, é o único Mediador entre Deus e os homens (I Tm. 2.5). Ele é o Único Caminho que nos leva ao Pai (Jo.
14.6). Ele é a Porta do céu (Jo. 10. 9). O véu do templo foi rasgado de alto a
baixo pela sua morte na cruz e abriu-nos um novo e vivo caminho para Deus (Hb.
10. 20). Jesus é o único Salvador e não há nenhum outro nome dado entre os
homens pelo qual importa que sejamos salvos (At. 4. 12). Todas as coisas foram
feitas por Ele, por isso, Jesus é único Senhor do universo (Jo. 1.3). Jesus
recebeu um nome que está acima de todo nome, e diante dele se dobra todo joelho
no céu, na terra e debaixo da terra, e que toda língua confesse que ele é o
Senhor para a glória de Deus Pai (Fp. 2. 9-11). Há muita gente querendo ocupar
o lugar de Cristo!
Pr. Erisvaldo Souza Leite