Reforma e Reavivamento: Crescimento Contagiante da Igreja
Em 31 de outubro iremos
comemorar os 497 anos da Reforma Protestante, que foi levada a efeito por
Martinho Lutero em 31 de outubro de 1517, quando fixou suas famosas 95 teses na
porta da igreja do Castelo de Wittemberg, na Alemanha.
Com efeito, as bases da Reforma
Protestante ainda continuam a falar entre nós. Penso que hoje, elas bradam
ainda mais fortemente do que há 497 anos atrás. Nunca esses princípios se
tornaram tão importantes como nos dias em que estamos vivendo. Os pilares expostos
pela reforma precisam ser reafirmados e vivenciados por pessoas ávidas e
sequiosas por mudanças radicais e que ensejam estar perante a face de Deus. Os ensinamentos da Reforma podem ser resumidos em
cinco pontos:
(1) Sola Scriptura: Somente a Palavra de Deus;
(2)
Sola Gratia: Somente a Graça de Deus;
(3) Sola Fide: Somente a fé;
(4) Sola
Christus: Somente Cristo;
(5) Soli Deo Gloria: Somente a Deus dar glória.
Penso que tais pilares traduzem
necessariamente a idéia de um reavivamento espiritual. Um retorno bíblico e
cristocêntrico da Igreja pós moderna. O avivamento está intrinsecamente ligado
ao crescimento da Igreja. Sob certas condições, pode-se afirmar que o
reavivamento causa o crescimento da Igreja.
Reavivamento significa primeiramente
purificação e vitalização da Igreja existente. O reavivamento é um dos
principais meios de Deus para vivificar a sua Igreja e desenvolver seu programa
de justiça, misericórdia e evangelização.
Heber Carlos de Campos diz que: “Reforma é a
descoberta da verdade bíblica que conduz à purificação da teologia. Ela envolve
a redescoberta da Bíblia como o juiz e o guia de todo pensamento e ação; ela
corrige os erros de interpretação; ela dá precisão, coerência e coragem para a
confissão doutrinária; ela dá forma e energia à adoração corporativa do Deus
triúno”[1].
Na
verdade vivenciamos uma época em que a verdade da Palavra de Deus encontra-se
escondida, o que provoca nos crentes pós modernos aridez, sequidão e
distanciamento de Deus. Uma volta à Palavra se faz necessária para ocasionar
nos meios evangélicos um reavivamento, um ardente desejo por Deus e assim
experimentar um vertiginoso crescimento para o Reino de Deus
Não
há meio de separar reforma de reavivamento. Parecem irmãos gêmeos nos grandes
feitos do Senhor. Quando os dois entram em evidencia, o resultado é um
contagiante crescimento na Igreja. Quando Deus concede o reavivamento ao seu
povo, o padrão normal é que a santidade de vida aumenta, um novo poder é
experimentado e o Evangelho de Cristo é proclamado com fervor, paixão e
devoção. O reavivamento conduz a Igreja a uma vida santa, ética e moral. O
reavivamento é uma força geradora de poder, dinamismo e fé. O reavivamento
impulsiona o cristão a proclamar o evangelho com eficácia, perspicácia e
objetivo.
Porque
olharmos para o crescimento da Igreja sob a ótica de reforma e reavivamento?
Heber Carlos de Campos responde: “Quando falamos de crescimento de igreja temos
que olhá-lo como uma moeda com dois lados. De um lado é a Reforma; do outro e o
Reavivamento. A primeira traz a solidez e a pureza doutrinárias, elementos
essenciais para que a igreja cresça qualitativamente; a segunda traz a
verdade doutrinária extrema viva e ardente em nossos corações, impulsionando o
povo de Deus a uma vida limpa e de testemunho sincero e voluntário da
experiência vivida com Deus e a pujante proclamação da verdade da Escritura,
elementos absolutamente vitais para o crescimento da igreja. Isto faz com que a
igreja também cresça quantitativamente”.
Reforma e reavivamento estão vinculados
à Palavra de Deus. A Escritura é o padrão para a Igreja. É ela que contém o
manual prático para a eficiência na busca de um vertiginoso crescimento
quantitativo e qualitativo da Igreja.
Reforma
e reavivamento levam à praticidade da vida cristã autêntica. Padrões éticos e
morais são evidenciados por cristãos “... irrepreensíveis e sinceros, filhos de
Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual
resplandeceis como astros no mundo" (Fp 2.15). Cristãos que cumprem a
determinação de Jesus que diz: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está
nos céus." (Mt 5.16)
Busquemos
o crescimento da Igreja, mas busquemos antes a reforma e o reavivamento.
Reforma da nossa fé, reavivamento da nossa conduta. Reforma do nosso ser
interior, reavivamento das nossas ações exteriores. Reforma dos nossos
sentimentos, reavivamento de nosso desejo por Deus. Grande crescimento da
Igreja após a reforma e o reavivamento virá onde todas as condições estiverem
acertadas à luz da Palavra de Deus. O reavivamento e a reforma provocarão uma
grande colheita, uma grande conquista ao ter elementos certos e valores corretos
que desfrutem da aprovação do Eterno Deus.
“Ouvi,
SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no
meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.” (Hc 3.2)
[1] Heber Carlos de Campos. Crescimento de Igreja: Com Reforma ou com Reavivamento? Revista Fides Reformata. 1996